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A PRESENÇA

1 Acho que foi na segunda  ou terceira noite que passei na casa nova em Curitiba. Não lembro mais. Estava sozinho, era uma noite gelada de inverno. Estiquei o colchonete no chão, apaguei a luz, me deitei e me cobri com os dois cobertores grossos e felpudos que tinha ganho de minha irmã. E rezei muito pedindo para permanecer sozinho. Não adiantou. Não demorou e senti a presença no quarto, a mesma que já tinha sentido na casa da qual acabará de me mudar. O ar ficou mais frio do que já estava e alguma coisa subiu pelos meus pés em direção ao meu rosto... Naquela noite gelada de inverno, eu me encolhi sob os cobertores, desejando que a solidão fosse sua única companhia. Mas o universo tinha outros planos. A escuridão do quarto parecia mais densa, como se algo estivesse espreitando nas sombras. A presença se materializou lentamente. Primeiro, um arrepio percorreu a minha espinha, e eu pude sentir os pelos dos braços se eriçarem. O ar ficou ainda mais frio, e eu pude ver meu próprio hálito c

Série Mundo das sombras

 O homem que se chamava Eustáquio aproximou-se lentamente da porta pela escuridão da cozinha, afastou a cortina e observou o pátio nos fundos da casa de onde provinha um estranho sibilar.No começo não viu nada além daquilo que naturalmente deveria estar ali: as caixas de madeira empilhadas a um canto, os montes de ferro velho e fios de cobre. E a lua grande e redonda a iluminar tudo aquilo com sua luz fantasmagórica. E então ele a viu. De um vermelho reluzente, com olhos negros como carvão, uma serpente saída do próprio inferno. Eustáquio estava tão absorto olhando para a coisa monstruosa enrodilhada em seu pátio que quase deu um pulo ao sentir o celular vibrando no bolso de sua calça. Eustáquio atendeu e primeiro sentiu um alívio ao escutar a voz da filha.  "Pai..." "Oi Samantha, que alívio escutar tua voz. Você tá bem? Tá em um lugar seguro?" "Pai, me tira daqui." O coração do homem gelou ao ouvir a voz da filha começando a chorar. "Aonde que você e

Micro conto de terror número 20

 A primeira coisa que Anita viu ao abrir os olhos foi uma aranha armadeira do tamanho da mão dela pertinho do seu rosto e pronta pro bote. Garanto que não é uma visão nem um pouco interessante.